Classical Conversations e adolescentes quase jovens

O Classical Conversations foi uma grande benção em nossas vidas. Sua chegada nos trouxe muitos benefícios. Mas, como a grande maioria das famílias brasileiras, iniciamos a Educação Domiciliar com a construção do nosso próprio currículo.

Muitas pessoas me pedem conselhos para o início. Aqui no blog você poderá acompanhar toda a nossa trajetória desta construção. Um bom currículo não surge sem muito estudo, pesquisa e conhecimento dos próprios filhos. Então, 3 anos dos 5 de HS foram realizados neste currículo “made in Santos’ house” e fomos muito felizes com nossas escolhas (que não foram as do MEC!).

Bom, daí chegou o CC, e depois conto a história de como foi que tudo aconteceu. Ele veio trazer uma nova etapa em nossas vidas. Como o CC é um currículo cristão de metodologia clássica, a transição foi muito tranquila. Na verdade, foi uma espécie de continuação, já que grande parte dos livros dos níveis anteriores ao dos meninos, ou mesmo os temas abordados, já tinham sido trabalhados aqui em casa de uma maneira clássica. Mas quero elencar 3 grandes vantagens que foram sentidas pela nossa família.

A primeira é que existe uma estruturação curricular muito bem amarrada, a famosa transversalidade tão almejada na educação básica e ensino superior. O currículo dos adolescentes e jovens é lindamente costurado, e fiel aos princípios clássicos, como a escolha de um “core” de conteúdos imprescindíveis para um indivíduo, tanto do aspecto acadêmico como espiritual, a repetição insistente destas premissas e ênfase na dialética e retórica. É realmente, como dizem, de babar. Quando apresento o currículo para os pais, uma situação muito comum é: posso fazer também? Sim, se seu filho for aluno do Challenge, certamente você estará neste barco com ele e se deliciará com tanto aprendizado.

Apresentação semanal. Os alunos aprendem a avaliar e criticarem uns aos outros em amor.

A segunda vantagem está ligada aos encontros da Comunidade. Os alunos preparam o que é requerido e então nos encontramos semanalmente para conversarmos sobre os assuntos estudados. Isto garante um bom ritmo de estudos, prestação de contas externa (tão importante nesta fase), esclarecimento de dúvidas constantes (entre eles e entre o tutor), reforço do conteúdo, liberdade para abordá-lo de diversas formas, e etc. A complexidade da abordagem se dá na medida em que a turma “pede”, e grandes discussões são feitas dos mais diversos assuntos.

A terceira vantagem é a cereja do bolo: a convivência entre eles, as risadas, as discussões sadias, o respeito, o incentivo e a crítica construtiva. Um ambiente realmente sadio, em que não se preocupam em serem populares ou gastam energia tentando pertencer ao grupo. Eles tem o desejo de se encontrarem além das tutorias, fazer programas, frequentarem acampamentos juntos, falarem no zap e jogar on line.

Provando uma deliciosa torta de maçã trazida por um dos meninos

Atualmente estamos no nível chamado Challenge 2 (a graduação ocorre no ao final do Challenge 4). Tenho o privilégio de tutorear 6 alunos, com idades variadas (entre 15 e 17 anos), com projetos de vida diferentes, planos, anseios e expectativas diversas. Mas, o que os une é o amor a Cristo e a sua Palavra.

Os bonitões preparados para o juri simulado.

Este é meu segundo ano de tutoria, e tenho visto o amadurecimento destes meninos, o que me enche de alegria. O CC permitiu que eu pudesse estender meu trabalho em casa a outros lares, e aprender com cada família, pois seus pais acompanham bem de pertinho nossos avanços. Na verdade, é um trabalho familiar, e sem os pais, certamente nada seria possível.

Tenho aprendido cada vez mais o versículo de Paulo ao jovem pastor Timóteo a não desprezar a mocidade deles. Estes adolescentes quase jovens possuem muitas coisas interessantes a serem transmitidas, uma bagagem que está se tornando pesada e densa a cada ano. Em contrapartida, venho trabalhando a responsabilidades do manejo dos talentos que estão recebendo, para honra e glória de Deus. Devem ser exemplos de conduta, amor, fé e pureza.

“Ninguém despreze a tua mocidade, mas torna-te o exemplo dos fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.”

1 Timóteo 4:12

No próximo post sobre o assunto, colocarei mais detalhes sobre o currículo dos Challenges, e algumas atividades para aqueles que ficaram curiosos sobre o assunto!

Será que estes jovens são felizes??

Nossa viagem para o Rio de Janeiro. Atividade acadêmica com o Challenge de RJ e SP.

Atualizando o Status

“Porque, enfim, tudo passa;

Não sabe o Tempo ter firmeza em nada;

E a nossa vida escassa

Foge tão apressada.

Que quando se começa é acabada.”

Camões

Algum tempo já passou desde que fiz a última postagem, sobre Maternidade e Homeschooling. Muitas coisas aconteceram neste tempo, e organizando o blog para retomá-lo, percebi duas coisas: como meus filhos cresceram e como caminhamos na jornada do homeschooling!

De repente, passamos a ser uma espécie de família sênior (o tempo passa e os cabelos brancos não disfarçam) pois carregamos experiências na modalidade nesses últimos anos. Nossos filhos mais velhos estão com quase 17 anos, e o sentimento que temos é que estamos vendo a linha de chegada para a primeira parte do pelotão. Tenho muito para falar sobre este “quase”, vida de adolescente quase jovem, planos, e futuro. Certamente foi um dos vários motivos que me levaram a retomar o compartilhamento de nossas experiências.

Nossa filha do meio, Raquel, se transformou em uma moça de 14 anos. Já não é mais uma menina, e possui características interessantes que a faz pertencer ao grupo dos filhos autônomos do homeschooling: maravilhoso e desafiante. Espero escrever algumas reflexões que possam ajudar.

E finalmente temos o pelotão de fundo, nossa deliciosa rapa do tacho, que tem me permitido vivenciar o homeschooling desde o início! A maternidade aos 40 é diferente dos 20 ou dos 30 em vários sentidos, e talvez alguns textos sobre isso sejam interessantes também.

E quanto a mim, posso apenas dizer que olhando para trás, quando tomei a decisão de ser uma mãe homeschooler, achei que minha missão seria restrita apenas ao meu lar. Mas não foi o que aconteceu. Deus tinha planos grandiosos para o homeschooling no Brasil, e resolveu chamar uma mãe imperfeita (dentre outras mães e pais) para contribuir com o trabalho em educação para este país. E isto tem gerado histórias: engraçadas, difíceis, de estresse, alegrias e fé. Casa, homeschooling, trabalho, igreja, amigos, família. Como encaixar tudo para que funcione bem? O que errei e acertei nesse processo? Ah, realmente já tenho algumas coisas para contar, talvez uma meia biografia!

E finalmente nestes tempos loucos de COVID, em que jamais imaginaríamos uma transformação da cultura em muitos aspectos, não daria para ficar sem externar pensamentos em relação ao papel do homeschooling e a educação pós pandemia.

Das mídias repletas de imagens, vídeos, textos curtos e voláteis, o blog é o que mais me atrai. Talvez por ser um lugar sereno, sem muitas polêmicas, um lugar onde os leitor pacientemente se entrega a uma leitura que procura respostas, encorajamento, informação. Este é o meu perfil.

Porém, desta vez, não o farei sozinha, porque afinal, tenho um “staff” chamado filhos, os quais me ajudarão na alimentação dos posts. E um marido, que ama falar sobre a Palavra. Uma visão diversificada da nossa unidade. Vai ser muito bom (pelo menos para mim..rs)!

E antes que me esqueça, se você se comunicou comigo por meio do blog, estarei colocando os comentários em dia. Então, um pouquinho de paciência e chegaremos lá.

Portanto sejam bem-vindos novamente ao lar do homeschooling, onde passamos o nosso tempo Educando no Caminho! E não se esqueçam, a vida passa rapidamente. Aproveite a companhia de seus filhos!

Carinhosamente, Renata Santos

Maternidade x Homeschooling: A Chegada de um Bebê

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Renata Santos

Muitas mães me perguntam como consigo estabelecer uma rotina com um bebezinho pequeno. Algumas, acredito para serem encorajadas e se certificarem de que aumentar a família é viável no homeschooling. Outras, talvez acostumadas com uma rotina que já fluía “liso”, e se veem perdidas quando um bebezinho entra como novo fator na equação.

O fato é que com o nascimento de um novo membro, toda a rotina da casa se reestrutura, havendo homeschooling ou não. A diferença é que as mães homeschoolers geralmente estão sozinhas em sua jornada, sem alguém para ajudar no trato com o bebê ou na faxina da casa. O bom andamento da casa, dos estudos e o cuidado com o bebê dependem 100% dela, e isso pode sobrecarregar não somente fisicamente, mas também emocionalmente.

Amo o homeschooling porque ele me deu a oportunidade de ampliar a minha família sem maiores estresses com despesas, afinal a escola é a maior conta no orçamento quando se tem muitos filhos. A Ana chegou com uma diferença de 12 anos de sua irmã seguinte, então talvez a minha experiência seja um pouco diferente do que a maioria das famílias que preferem engatilhar seus filhos no “modo escadinha”! Mas vou contar aqui um breve relato da nossa experiência familiar, pois acho que poderá contribuir um pouquinho para a sua experiência familiar.

Quando ela chegou no final de novembro, as atividades programadas para o semestre se encerraram e foram vencidas a tempo. Então, dei 3 meses completos para que todos nós pudéssemos apreciar a experiência que é tão marcante e importante em nossas vidas. Na verdade, o homeschooling mudou um pouco o foco, e passou a ensinar como é ter um bebê na vida de uma família. As “crianças” aprenderam demais: que o bebê é muito fofo, mas demanda muito de todos; que geme a noite toda, impedindo quem está no quarto de dormir; que acorda e chora de madrugada, que faz xixi o tempo todo e precisa ser trocado; que necessita banho e que se tenha muita higiene com suas coisas; aprenderam a segurar e embalar; e o mais legal: a interpretar suas necessidades que são manifestadas por meio de choros diferentes. E nesses 3 meses eles aprenderam tudo isso, pois foram totalmente imersos na experiência. Do que vale profundo academicismo sem a preparação para uma vida vida real? Um adolescente que sabe falar sei lá quantas línguas , mas não sabe trocar uma fralda ou dar um banho em um bebê? Não é isso que desejo para meus filhos.

Quando reiniciamos nossas atividades mais formais, a neném foi acostumada a permanecer em sua cadeirinha de descanso na sala que estudamos. Assim ficava por algum tempo, e cada um carregava um pouquinho quando ela se cansava. A criança que estava livre, era a que carregava. Eles também ficavam com Ana para que eu fizesse o almoço e também pudesse descansar (oh glória!).

A Ana já se acostumou a ser carregada para o quadro, a ficar sentada em cima do mapa mundi, a assistir apresentação, e aulas especializadas. Atualmente, com seus 9 meses, permanece brincando em meio aos estudos, e se sente terrivelmente atraída por cadernos, livros e lápis em geral. Quando escuta a música da Timeline já dá um enorme sorrisão na introdução, e ama ver um flashcard! Creio que o HS fluirá muito mais facilmente para ela. Também acredito no envolvimento dos irmãos mais velhos no aprendizado quando ela crescer mais um pouco, porque realmente as coisas acontecem muito naturalmente.

Pensando aqui com os meus botões, depois de 9 meses de caminhada, penso que o grande segredo para administrar a chegada de um bebê é: parar tudo, ou simplificar ao máximo. É compreender que o nascimento é homeschooling, aplicado de uma maneira tão vívida, que jamais nenhuma escola poderia ensinar. 

Aliás, o nascimento, a doença e a morte, são partes tão importantes da vivência familiar, mas ao mesmo tempo tão apartados de nossas crianças. Não me esqueço da mesa redonda que participei da Conferência Global no Rio, chamada família. Nela assisti um depoimento de uma mãe que mostrou toda a história de sua linda família homeschooler, e vimos em apenas 20 minutos, a história de vida de um pai diagnosticado com uma doença degenerativa. Vi um homeschooling girar em torno do enfraquecimento progressivo de um pai, antes viril e atuante como advogado de famílias homeschoolers. Fotos de um pai na cadeira de rodas indo a apresentações da comunidade, e logo depois na cama com seus filhos em volta. Ouvi o relato de sua morte. A mãe, ao final, disse que a doença moldou o homeschooler familiar, gerando um aprendizado e uma intimidade espiritual em seus filhos inimagináveis. Eu fiquei em prantos, aliás todos nós fomos profundamente tocados pela sabedoria e gratidão da mãe. Mas sai com essa lição: a vida comum do lar é para ser vivida em sua intensidade. 

Portanto, se você acabou de ganhar um bebê ou está prestes a dar as boas vindas ao mais novo integrante da família, dê tempo ao tempo. Curta seu bebezinho e deixe sua família curtir também. Deu para fazer o programado? Ótimo. Não deu? Ótimo também. Durante quanto tempo? O quanto você precisar. Aqui em casa foram 3 meses, mas na sua casa pode ser menos ou mais. Não se preocupe com que os outros vão pensar dessas mega férias acadêmicas, pois seus filhos estão aprendendo a serem pessoas mais virtuosas, bons cônjuges e pais. Não existe melhor coisa para se almejar!

 

 

 

Temas em Ciências para Adolescentes

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Por Renata Santos

Aqui em casa ciências é uma disciplina bem livre. Além dos experimentos, apresentações orais, deixo quase sempre livre os temas para o estudo. O motivo do quase sempre, é que existem alguns temas em que acabo me deparando em uma leitura ou outra, mas na verdade, quem são os grandes investigadores são os meninos.

Não canso de dizer que enquanto o livro didático está indo com o milho, nós já estamos voltando com o fubá pronto. Deixe-me exemplificar: hoje no almoço os meninos estavam comentando que assistiram um vídeo sobre o comportamento do corpo humano no espaço, especialmente as reações adversas no olho e ossos que a ausência da gravidade em longo período. Enquanto nos contavam, explicaram que no osso existiam as células que depositam a matriz óssea nova (e o meu marido logo complementa: osteoblastos) e na mesma toada Davi continua falando que existem células que absorvem a matriz óssea antiga (e César: osteoclastos). E é assim, o ensino vai se dando de uma maneira informal, na refeição, por exemplo. Na verdade, saber o que acontece nos ossos na ausência da gravidade, ou seja, compreender o processo é infinitamente mais interessante que o nome das células, que é o verniz final do aprendizado. Entendam: a nomenclatura é importante, mas nem de longe é o principal. Essa é essência do aprendizado em casa!

A ideia que eu gostaria de ressaltar é que enquanto os livros didáticos dedicam uma pequena parte à aplicação da ciência na atualidade, geralmente em seções do tipo “Ampliando o Conhecimento” que estão bem no finalzinho do texto base (quando o adolescente já está doido para finalizar o o para casa), o homeschooling permite que esses temas sejam os principais. Além disso, a contextualização do que ocorre de fato na ciência bem como a sua aplicação, desperta um interesse enorme nos adolescentes. Vocês já devem ter meouvido falar: quem está interessado na aquele arroz com feijão do livro didático enquanto se pode observar a estação espacial ao vivo e as experimentos dos astronautas ?

Aqui em casa ninguém que perder muito tempo em trivialidades tradicionais do ensino das ciências. Na verdade querem partir para o universo da mais alta tecnologia, sem paradas para infinidades de nomes sem sentidos e notas de roda pé.

Estou postando alguns dos temas que eles tem pesquisado, com algumas referências ao lado para que possam servir de inspiração para o estudo aí na sua casa:

Biomimética

Sons dos Planetas do Sistema Solar

Buraco Negro em 360º – Simulação

Nanomedicina

Clonagem

Próteses e Órteses

Espero que esse post seja mais um encorajador da saída da caixa. Prepare seus filhos para o um mundo real, dinâmico, altamente tecnológico, em que Deus atua por meio da graça comum, abençoando toda a humanidade!

Trabalhando religiões no homeschooling

archer-2345211_1920Por Renata Santos

Uma das críticas dos contrários ao homeschooling é afirmar que os filhos educados em casa acabam sendo criados sob uma única perspectiva religiosa, não vivenciando a tão amada  diversidade (eita palavrinha da moda) em vários aspectos, inclusive o religioso. Bom, desta feita, no dia de hoje gostaria de relatar o que temos trabalhado nas últimas 2 semanas, para desmistificar o que muitas vezes paira pela mente das pessoas de uma maneira geral.

Há bastante tempo meus filhos vem se interessado pela origem das diversas religiões. Como estudamos a história de uma forma profunda, essas observações foram surgindo naturalmente ao estudar os costumes dos povos da Antiguidade e a caminhada da igreja cristã ao longo dos séculos. Essas questões passaram de simples observações quando eram menores, até curiosidade e questionamentos quando entraram na adolescência. Portanto, a Fase da Dialética se apresenta na vida dos adolescente de uma maneira muito natural, e a busca pela compreensão dos fatos se torna base para muita conversa. Se você acha que seu filho pequenino pergunta muitos porquês, espere para quando chegar à adolescência munidos de um conhecimento robusto… é fantástico!

Concomitantemente, há vários anos temos estudado uma disciplina chamada Apologética, que nada mais é que a defesa da fé por meio de bons argumentos. Iniciamos o homeschooling com as Falácias do Humanismo rebatendo-as com cosmovisão cristã, e após demos continuidade ao estudo com as grandes religiões mundiais, sob a ótica cristã.

Nesse exato momento, começamos o estudo sobre o Islamismo. (Amo colocar os verbos na terceira pessoa do plural, pois tenho aprendido muito!). Devido aos acontecimentos das últimas décadas, atentados, guerras, grupos terroristas, e etc, houve um despertamento para compreender a origem de tudo isso e seus desdobramentos para com a  história e para com a fé cristã.

Iniciamos então as lições do Mistery of Histrory que tratam sobre a vida de Maomé, seus escritos e ensinamentos. Esse livro possui uma visão cristã dos eventos, e de uma maneira bastante sábia, aborda da dispersão do Islamismo no princípio da Idade Média.

Associado ao livro, conforme disse acima, temos estudado o livro Uma Introdução Cristã às Religiões Mundiais, de Johannes G. Vos. O livro consiste em texto base e perguntas para a interpretação do mesmo. Além de discutir as principais religiões (Hinduísmo, Budismo, Confucionismo, Xintoísmo, Islã, Judaísmo), o autor aborda questões filosóficas como a religião ser um fato na vida humana, a origem da religião e etc.

Vários são os recursos que estamos utilizando: temos assistido alguns filmes que falam sobre a vida de Maomé, seus ensinamentos, e sobre os islamismo. Alguns depoimentos dos adeptos do Islã, e temos conferido algumas passagens do Corão. Ao final, sempre discutimos questões importantes, comparando a nossa fé com a fé dos muçulmanos.

Uma atividade excelente, que abarcou diversos conteúdos foi a análise desse vídeo do You Tube Dispersão das religiões no mundo através dos tempos. Foi muito bom verificar que as informações estudadas anteriormente fizeram sentido: países, impérios, personagens, religião, filosofia, tudo esteve presente na análise.

Para complementar essa fase de estudos, escolhi uma biografia interessante chamada o Filho do Hamas, uma história de um terrorista que se converteu ao cristianismo, e sua perspectiva sobre a sua criação, família, religião e política.

Gostaria de ressalvar que esse processo acontece desde muito cedo, quando inculcamos no coração das crianças a Palavra de Deus, para que mais tarde aprendam a manejá-la com eficiência e a usá-la como “a vara de medida” para comparar as demais coisas.  A informação gera questionamentos saudáveis e fortalecimento da fé quando trabalhados cuidadosamente aos pés da cruz. Sou grata a Deus por conseguir ver tudo isso acontecendo na vida de meus rapazes, rogando que todo esse conhecimento possa ser utilizado para a glória do Senhor.

” Como flecha nas mãos do guerreiro assim são os filhos de sua mocidade.” Sl 127:4.

 

 

 

 

Homeschooling parcial, existe afinal?

Foto cadernos

 

Por Renata Santos

Nós últimos meses tenho visto muitos pais que possuem filhos estudando em escolas afirmarem que estão realizando homeschooling parcial. Por outro lado, as famílias homeschoolers estão tentado diferenciar entre supostos tipos de homeschooling. Com a adesão de inúmeras famílias que estão optando pela Educação Familiar Desescolarizada , decidi entrar nessa discussão, a fim de quem sabe, contribuir um pouco para o esclarecimento da situação. Como diriam os antigos: terei que colocar minha colher nessa cumbuca!

A expressão homeschooling parcial tem ganhado muitos adeptos, principalmente em grupos de educação domiciliar. A compreensão desse termo aqui no Brasil, baseado no seu uso constante, tem ganhado status de senso comum. Um pouquinho de envolvimento no mundo homeschooler  é suficiente para levar a compreensão generalizada de que no homeschooling parcial a criança recebe apoio dos pais após o período da escola. Nessa concepção, a criança frequenta uma instituição escolar mas é frequentemente auxiliada pelos pais com as tarefas escolares,  os quais atuam sanando lacunas de conteúdo, aprofundando alguns temas, ou até mesmo propondo conteúdos não contemplados pela escola regular.

Levando em consideração o princípio dessa definição, todas as famílias que possuem filhos em escola, que se preocupam com o aprendizado, que se afadigam na lida diária da estimulação cognitiva e dos afazeres escolares, seriam então homeschoolers parciais.

Mas afinal, o tal do homeschooling parcial existe?

Ao investigar mais atentamente esse termo, descobri que nos EUA o partial homeschooling  ou part time homeschooling realmente existe, porém sua concepção difere da utilizada pelos pais brasileiros.

Para as famílias homeschoolers americanas (ou boa parte delas, dependendo do Estado em que moram), a escola  é uma parceira na formação de seus filhos. Então, aulas são oferecidas para as a famílias como suporte para o homeschooling: artes, música, esportes, laboratórios, são algumas das disciplinas especializadas disponibilizadas.  Dessa forma, as crianças educadas em casa podem usufruir da estrutura escolar, de acordo com a conveniência ou desejo dos pais.  Algumas práticas também são consideradas como homeschooling parcial, como por exemplo o auxílio por meio de tutoria em assuntos específicos como a alfabetização, ou aulas particulares de disciplinas específicas.

Pesquisando mais um pouco, descobri que muitas são as razões para que os pais lancem mão do homeschooling parcial: algum acontecimento familiar que impeça o homeschooling integral (como uma doença grave de um membro da família, por exemplo), a necessidade de um suporte acadêmico especializado para determinada disciplina, uma ajuda profissional especializada para aquele filho atípico, dentre outros.  Veja alguns artigos sobre o assunto: Homescolling parcial EUA 1 e  Homeschooling Parcial EUA 2

 

 

Portanto, o homeschooling parcial é apenas uma face do homeschooling integral. Em outras palavras, quem faz homeschooling parcial necessariamente pratica também o homeschooling integral.

Se você tem utilizado a nomenclatura de modo equivocado, quero te dizer que compreendo perfeitamente seu desejo. Vejo uma preocupação maravilhosa dos pais em relação a educação de seus filhos, inclusive nas famílias com crianças escolarizadas. Quando observo no face, pais dizendo: “me ajudem, faço homeschooling parcial e…” consigo enxergar amor e dedicação parental.

Inclusive ouso afirmar que a confusão da nomenclatura reflete a inconformidade da atual situação educacional. Algumas são famílias que se encantaram pela proposta educacional do homeschooling, mas estão juntando toda a sua coragem para dar esse passo tão importante. Outras, desejam praticar a educação domiciliar, mas não podem por diversos fatores.

Mesmo assim devo enfatizar que quando se menciona que o homeschooling é um estilo de vida, é quase impossível imaginar uma fusão escola/homeschooling. Filosofias diferentes, objetivos diferentes. É quase como estar na praia de casaco e cachecol.

Minha  humilde sugestão então  é chamar todo aquele trabalho pós escolar de afterschooling, que é nomenclatura mais condizente com a situação. Realizar tarefas de casa, acompanhar e estudar conteúdos, tomar o conteúdo da prova, conferir materiais, e quem sabe estudar algo mais. Na verdade esse nome cult, nada mais é o que toda mãe e pai de bem faz com crianças escolarizadas: acompanhá-las e certificar que o aprendizado está ocorrendo. Eu mesma realizei esse imenso e exaustivo trabalho durante 10 anos de nossas vidas.

Para finalizar, apenas um alerta. Estar entre esses dois mundos: escolarizado e não escolarizado, pode parecer proveitoso a primeira vista, porém a chance de sobrecarregar seu filho com excessos é grande. Conteúdo não é tudo na vida. Viver com qualidade, ser criança, ter momento para criar e descansar devem fazer parte da vidinha de seu filho!

E um desafio: você deve se perguntar quais são os motivos que levam a permanecer  com seu filho na escola, e por que o mundo da educação domiciliar te atrai tanto. Faça uma reflexão sincera, e siga em frente com sua decisão, seja ela qual for.

O meu maior desejo é que tenhamos  todos, escolarizados e homeschoolers, satisfação e alegria na educação de nossos filhos!

 

Artes, História e Filosofia: que delícia de lição!

Aqui estamos nós novamente dando uma amostra de como trabalhamos. Associar as Artes com as disciplinas é um dos meios de aprendizagem favoritos daqui de casa. Desse modo, de “uma cajadada só” aprendemos vários aspectos de um tema.

Já postei aqui um texto sobre a interdisciplienariedade da Teologia com a Arte. Agora, associamos a História e a Filosofia. O tema foi A Morte de Sócrates, retratado por Jacques-Louis David. Eis o resultado da atividade proposta.

Sócrates

Socrates

Sócrates foi um grande filósofo da Grécia que nasceu em Atenas em 470 a.C. Seu pai foi um famoso escultor e sua mãe foi uma parteira. Cresceu e se tornou soldado, escultor, político e finalmente filósofo em sua maturidade.

Trazia consigo pensamentos novos para as pessoas, que se escandalizavam e estranhavam as afirmações que o filósofo fazia. Seus pensamentos eram focados ne essência do homem e em absolutos, coisa que muitos filósofos não chegaram a pensar pois estavam concentrados em entender o sentido da natureza.

Sócrates admirava as pessoas que reconheciam que não sabiam de nada, considerando assim os ignorantes como sábios. Para ele,  ignorantes eram aqueles que afirmavam saber sobre várias coisas e que afirmavam que tinham superioridade sobre outras pessoas em certos assuntos.

Mais tarde foi considerado como o homem mais sábio que existia pelo Oráculo de Delfos. Sócrates não ficou orgulhoso, mas surpreso porque afirmava que não era tão sábio  e disse sua frase mais famosa: “só sei que nada sei ”, conhecida como o paradoxo socrático. Então, após sua visita ao oráculo ele passou a procurar homens famosos, afirmando que seriam mais sábios que ele, mas ficou decepcionado: todos eram ignorantes.

O filósofo era amado por seus aprendizes, principalmente por Platão, o seu  sucessor, que citava seu mestre como protagonista em várias obras literárias suas. Mas Sócrates também possuía inimigos que semeavam afirmações falsas sobre seus ensinamentos. Por causa dessas afirmações Sócrates foi levado ao julgamento que traria sua morte.

Nesse julgamento, o filósofo era acusado de confundir a cabeça dos jovens atenienses e negar as divindades gregas. Sócrates se defendeu com argumento de seus pensamentos: de que não era sábio e também falho. Essa foi a oportunidade que os juízes esperavam, e condenaram Sócrates a morte por envenenamento.

Na obra “A Morte de Sócrates” feita por Jacques Louis David podemos ter uma ideia de como foi o momento de sua morte; a mão do filósofo estendida ao cálice de veneno enquanto ensinava aos seus amigos e aprendizes que a morte era um presente bem recebido àqueles que foram incompreendidos.

Homeschool x Maternidade: Gravidez

gravidez

Por Renata Santos

Estou em processo de retorno de minhas atividades –  a paradinha foi necessária para gerar, parir e “puerperar”. Para aqueles que não nos acompanham pessoalmente ou pelo face, somos pais de mais uma linda filha que o Senhor nos concedeu: Ana, que significa cheia de graça.

A chegada da Aninha em nossas vidas tem sido uma alegria e gostaria de fazer um relato sobre como foi a gravidez e o nosso homeschooling.  Em um próximo post, falarei sobre como é ter um bebezinho em meio a rotina de estudos.

O homeschooling é maravilhoso, aliás, foi ele um dos fatores preponderantes para que ampliássemos nossa família.  Quando fomos convencidos de que deveríamos retomar a educação integral de nosso filhos, um novo mundo se descortinou. Vários paradigmas foram quebrados e revistos, e um deles era a preocupação excessiva com “o que vestir e o que comer” (Mt 6:25 e 1 Tm 6:8).

Nessa área, estávamos influenciados por filosofias seculares. Não poderíamos ter mais filhos, porque estávamos preocupados demais em como pagaríamos a escola, o convênio, as infinitas aulas extracurriculares, a futura faculdade, o intercâmbio quando adolescentes, as férias no exterior. Graças a Deus, fomos desenformados pelo conhecimento do que Ele deseja para uma família, e aprendemos que a simplicidade e a presença constante dos pais seriam suficientes para dar uma exímia educação (valores+ academia) aos nossos filhos. E viveríamos de modo mais frugal, nos alegrando nas pequenas coisas, como chamar um delivery e assistir um filminho em casa.

“4 filhos???” é a frase que mais escuto, associada a uma cara de espanto. Já me perguntaram se eram do mesmo casamento, se foi uma escapada (?), se vamos tomar alguma providência contraceptiva mais definitiva, e coisas do gênero. É triste saber que o mundo com suas exigências tem restringido tanto a família, a ponto de parecer loucura ou irresponsabilidade se regozijar no que Deus nos deu de mais precioso.

E então, no começo de 2017 fomos agraciados com a notícia de um bebê. Após 2 abortos espontâneos, a notícia foi comemorada por toda a nossa família: avós, tios, primos. Para mim foi mais um momento ímpar em minha vida, gratidão por uma oração atendida.

A gravidez foi inserida diretamente no homeschooling, a partir do positivo. A gestação virou pauta de muitos estudos: estudamos as Leis de Mendel para saber qual seria a probabilidade de que Ana tivesse os olhos claros como sua avó materna; acompanhamos seus desenvolvimento semana a semana e estudamos embriologia; estudamos praticamente todos os sistemas do corpo humano; investigamos os tipos de parto, as diferenças para a cesárea; vimos as doenças que uma gestante não pode ter e suas consequências na vida de um bebê em formação; se interessaram pelo ultrassom e suas imagens. Queriam saber a origem dos enjoos, dos inchaços, dos benefícios da dieta com poucos carboidratos e sua relação com a glicemia.

As crianças passaram a acompanhar como era o dia a dia de uma gestante: os enjoos dos primeiros meses, os desejos, as restrições, o cansaço, o corpo se transformando, o humor oscilando. Um verdadeiro aprendizado. Veja bem, quando temos em escadinha, como foi aqui em casa com os 3 primeiros, os irmãos tem pouca dimensão do que é uma gravidez. Mal conseguem associar que o neném que estão conhecendo, era a barriga de ontem. Mas quando podemos ter a oportunidade de ter vários filhos ou dar um tempo maior entre eles, a lição da gravidez pode ser levada para suas vidas adultas. Nossos meninos saberão das limitações de suas futuras esposas e agirão com amor, pois observaram o companheirismo e o carinho do pai durante a gestação. Para nossa filha, a mudança de um corpo que abriga uma vida, o pré natal, o parto, não será novidade. Viveram intensamente a gravidez comigo. Isso é homeschooling.

Quanto a nossa rotina, posso afirmar que ela certamente foi afetada. Mas mais uma vez a flexibilidade do homeschooling foi maravilhosa! O Senhor foi muito bom, pois meus enjoos foram noturnos, diferentemente das gestações anteriores (antes de abrir os olhos pela manhã eu já estava no banheiro)! Então consegui manter o ritmo da casa e dos estudos até os 7 meses.

A partir daí o cansaço começou a bater. Uma solução foi começar a acordar um pouco mais tarde para compensar as noites mal dormidas, e nos recolher um pouco mais tarde também. As tarefas que requeriam um acompanhamento maior eram realizadas pela manhã, e as mais fáceis, à tarde quando eu tirava um cochilo. Ao final da tarde, corrigia as atividades e repassa individualmente os exercícios que tiveram dificuldades. Como estão na idade de andar na rua sozinhos, iam e voltavam das atividades extracurriculares. Os jantares ficaram mais práticos, e a dieta mais calórica (rs). As crianças assumiram as refeições quando eu estava cansada, e me surpreendi com a variedade dos pratos.

Interrompemos os estudos no dia do nascimento e agora, após 2 meses, estamos retomando. As férias coincidiram com o final de ano e janeiro, então foi perfeito: acampamento, casa dos avós, visita dos amigos…

E agora inciamos uma nova etapa. Um bebê pequeno e a retomada dos estudos e das atividades que exerço em casa. Logo estarei fazendo o relato de como andam as coisas para que outras mães se sintam encorajadas e acalentadas. Não há mistério nenhum. É a vida como ela deve ser vivida, em sua totalidade pelo integrantes da família.

Um grande abraço de uma feliz mãe de 4.

Primeiro lugar: trabalho ou filhos?

 

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Por Gabriel Santos (14 anos)

Quando estudava na escola, eu e meus colegas conversávamos sobre o tempo que passávamos com as nossas famílias e a união que tínhamos com elas. Uns falavam que preferiam ficar a sós, assistindo TV ou jogando videogame. Outros falavam que os pais sempre ficavam fora trabalhando. E alguns falavam que os pais passavam o dia inteiro na frente do computador ou do celular, marcando compromissos, estudando, conversando ou resolvendo contas. Mas quando falei que eu e minha família tentávamos ficar ao máximo juntos e que tentávamos ter as refeições juntos todos os dias, eles ficaram espantados: “O quê?! Seus pais tem tempo para você?”

Nos dias de hoje, o trabalho tem sido o principal objetivo na vida das pessoas. Eles chegam a tomar o lugar do tempo da comunhão da família. A sociedade tem falado que é obrigatório fazer o mestrado e o doutorado e talvez, depois o casal tenha filhos. Infelizmente essa é a realidade de várias famílias brasileiras. Vários optam por contratar uma babá, porque irão ficar fora o dia inteiro, sendo que a responsabilidade de ensinar e acompanhar o desenvolvimento da criança é dos pais. Antigamente, eu e minha família almoçávamos juntos, mas esse era um dos raros momentos que todas as pessoas da minha família tinham para ficar juntos. Ou era meu pai que trabalhava ou era minha mãe que trabalhava alguns dias da semana. O que permanecia em casa tinha que se preocupar com a organização da casa e com o para casa dos filhos.

Quando minha mãe saiu do seu trabalho e iniciou o Homeschool, percebi o quanto era bom ter ela sempre ao meu lado, me ensinando todas as coisas de perto. Agora, os momentos em família se tornaram constantes na minha vida. Sempre vejo o meu pai, mesmo trabalhando, e ele sempre tem arranjado tempo para mim e para os meus irmãos. Com isso, consigo ver que com trabalho equilibrado, é possível que o tempo familiar favoreça o crescimento do amor e ligação dentro de casa.