Primeiro lugar: trabalho ou filhos?

 

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Por Gabriel Santos (14 anos)

Quando estudava na escola, eu e meus colegas conversávamos sobre o tempo que passávamos com as nossas famílias e a união que tínhamos com elas. Uns falavam que preferiam ficar a sós, assistindo TV ou jogando videogame. Outros falavam que os pais sempre ficavam fora trabalhando. E alguns falavam que os pais passavam o dia inteiro na frente do computador ou do celular, marcando compromissos, estudando, conversando ou resolvendo contas. Mas quando falei que eu e minha família tentávamos ficar ao máximo juntos e que tentávamos ter as refeições juntos todos os dias, eles ficaram espantados: “O quê?! Seus pais tem tempo para você?”

Nos dias de hoje, o trabalho tem sido o principal objetivo na vida das pessoas. Eles chegam a tomar o lugar do tempo da comunhão da família. A sociedade tem falado que é obrigatório fazer o mestrado e o doutorado e talvez, depois o casal tenha filhos. Infelizmente essa é a realidade de várias famílias brasileiras. Vários optam por contratar uma babá, porque irão ficar fora o dia inteiro, sendo que a responsabilidade de ensinar e acompanhar o desenvolvimento da criança é dos pais. Antigamente, eu e minha família almoçávamos juntos, mas esse era um dos raros momentos que todas as pessoas da minha família tinham para ficar juntos. Ou era meu pai que trabalhava ou era minha mãe que trabalhava alguns dias da semana. O que permanecia em casa tinha que se preocupar com a organização da casa e com o para casa dos filhos.

Quando minha mãe saiu do seu trabalho e iniciou o Homeschool, percebi o quanto era bom ter ela sempre ao meu lado, me ensinando todas as coisas de perto. Agora, os momentos em família se tornaram constantes na minha vida. Sempre vejo o meu pai, mesmo trabalhando, e ele sempre tem arranjado tempo para mim e para os meus irmãos. Com isso, consigo ver que com trabalho equilibrado, é possível que o tempo familiar favoreça o crescimento do amor e ligação dentro de casa.

6 comentários sobre “Primeiro lugar: trabalho ou filhos?

  1. Republicou isso em Resenha de Mãee comentado:
    Interessantíssima a narrativa desse jovem e nos dá muito em que pensar. Muitas considerações a fazer, sem dúvida. Há muitas famílias (talvez a maioria em nosso país )onde essa decisão de abandonar o trabalho não é possível para a mãe. O que não invalida a absoluta realidade de que nossa presença em casa tem valor inestimável e inesquecível para os filhos. O fato é que estamos tão acostumados a correr atrás da própria cauda que deixamos de pensar. O que estamos fazendo com nossos dias? Para onde eles estão indo? Como estamos passando pela vida? O que é realmente importante? Do que não dá mesmo para abrir mão? Apesar da realidade antes mencionada, tenho certeza que se fizéssemos essas reflexões com sinceridade ficaríamos surpresos. E, certamente, teríamos outra sociedade. Mas não dá pra parar de trabalhar! A grana já não dá pra nada trabalhando. …! Usemos de criatividade! É por uma causa nobre. Quem não gostaria de ouvir de um filho um relato semelhante? E isso é o mínimo. Existem incontáveis benefícios desse contato e desse tempo de qualidade passado em família, tempo junto planejado de forma intencional . Sejamos criativos! Perdemos o hábito de pensar. Não temos tempo pra isso! Mas vejo o quanto podemos estar perdendo da vida como ela deveria ser. Então vale a pena o esforço. Há meios. Não dá pra citar nada aqui porque cada família é singular. O apelo que junto ao depoimento desse jovem é: vamos parar de correr um pouco, respirar, olhar em volta e pensar. O que eu posso fazer hoje para passar mais 15 minutos por dia, que seja, junto do meu filho, com minha família? Vamos lá, coragem! Vai se surpreender!

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    • Muito bom Aline! Às vezes achamos que não há solução diferente daquela em que estamos. Mas seu convite a refletir e fazer melhor, não por nós, mas por eles, é sem dúvida muito pertinente. Obrigada pela sua contribuição! Um abraço.

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