Filosofia educacional subjacente às metodologias adotadas na Educação Domiciliar- Parte 2

 

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Estamos estudando as filosofias educacionais que sustentam as metodologias aplicadas na educação em casa e na escola. Se você ainda não leu sobre o Perenialismo e o Essencialismo, leia a Parte 1. Lembro aos leitores que são trechos transcritos do livro Temas Fundamentais da Educação Cristã, de Robert W. Pazmiño (Editora Cultura Cristã). No texto abaixo, o autor aborda mais 3 filosofias: Comportamentismo, Progressivismo e Recosntrucionismo. Penso que uma grande parte dos leitores se encontrem em uma dessas correntes.

Comportamentismo

O comportamentista (ou behaviorista) busca formar pessoas que funcionam com eficiência, economia, precisão e objetividade. A educação serve para moldar as pessoas em certos comportamentos e respostas conforme os educadores determinarem. Esse moldar contribui para a finalidade de uma sociedade controlada ou condicionada que mantém o equilíbrio enquanto reduz os conflitos. A pessoa mais representativa do comportamentismo é B. F. Skinner. Uma filosofia comportamentista incorpora uma sequência de modificação de comportamento para obtenção de respostas e habilidades desejadas da parte do aluno, e usa reforços apropriados. São declarados objetivos comportamentais claros e precisos e os estudantes são expostos a um ambiente recompensador com o possível uso de instrução programada e outras tecnologias de instrução. Os professores são vistos como técnicos habilidosos, escultores de pessoas e de ambientes. Uma abordagem comportamentista busca desenvolver alunos como pessoas bem elaboradas, condicionadas, que respondam ao ideal de sociedade. Os estudantes são seres altamente maleáveis que precisam de direção clara e definitiva para o seu máximo de funcionamento. O ambiente certo para o aprendizado é um ambiente de instrução cuidadosamente controlado onde estímulos periféricos possam ser eliminados ou ignorados. o comportamentismo tem como ponto positivo sua cuidadosa consideração da ação e dos comportamentos, junto com sua atenção conscientes às influências ambientais. Essa filosofia educacional tem tido bom efeito com algumas populações estudantis e com certos comportamentos discretos.  A maior crítica ao comportamentismo está em seu conceito reducionista das pessoas com foco exclusivo ou limitado ao comportamento.  As pessoas são bem mais que animais bem condicionados. A liberdade e a dignidade tem seu lugar numa visão cristã das pessoas, e a transformação além dos âmbitos do condicionamento é possível numa perspectiva teísta.

Progressivismo

O progressivismo produz o desenvolvimento do pensamento refletivo para a solução de problemas sociais, relacionamentos democráticos e crescimento. Educadores progressistas procuram capacitar seus alunos a prenderem como aprender a fim de se adaptarem a um mundo de transformação. Os ajustes da vida em termo de expectações da sociedade são alvos-chave nesta perspectiva. Pensadores progressistas na educação incluem John Dewey, William Kirkpatrick, Boyd H. Bode e John L. Childs. Para o progressista, o conteúdo da educação é uma exposição compreensiva, unificada a estudos enfocando problemas. O currículo é centrado na solução de problemas sociais pelo pensamento refletivo do método científico e o uso de processos democráticos. O aprendizado cooperativo é enfatizado, dando prioridade às necessidades e interesses dos alunos. Sempre que possível, a liberdade de escolher é dada ao estudante, que deverá também considerar as implicações comunitárias de suas escolhas. O professor não é diretor autoritário na sala de aula como é no caso do perenialismo, essencialismo e comportamentismo. Melhor, o professor é uma pessoa preocupada com o progresso, compromisso com a sociedade e com os ideais de democracia, sensível ao desenvolvimento dos alunos. Assim, o professor é um colega no aprendizado, viajante junto, um guia que facilita o processo de aprendizado do grupo. Para os progressistas, os estudantes são sujeitos que pensam com autonomia e são socialmente responsáveis, chamados a trabalhar democrática e cooperativamente com o próximo. As pessoas são organismos em continuidade ecológica com o próximo e com seu ambiente social. Os estudantes deverão estar ativamente engajados em seu próprio aprendizado e no de outras pessoas. O ambiente preferido é a sala de aula democrática, sensível para com a reflexão da sociedade mais ampla. Num sentido verdadeiro, o ambiente educativo do progressivismo é o mundo, porque a experiência de aprendizado é uma parte da vida, não uma preparação separada a vida. O progressivismo pode ser elogiado por sua preocupação com as pessoas, que são vistas como ativas participantes do processo de aprendizado. Esta filosofia estimula uma sensibilidade às experiências do estudante, às suas necessidades e interesses, bem como uma preocupação com o aprendizado cooperativo. Trata de questões do cotidiano e quebra a dicotomia entre o formalismo acadêmico e a experiência de vida diária. O progressivismo pode ser criticado por sua perspectiva potencialmente otimista das pessoas que não reconhecem os efeitos do pecado. As pessoas não podem resolver seus próprios problemas sem Deus. O progressivismo também evidencia tendências relativistas em termos de verdades e valores, e no caso de John Dewy, seu maior propagador, uma tendência anti-sobrenatural.

Reconstrucionismo

Uma filosofia educacional recosntrucionista tem o alvo de construir uma ordem social e justa. Os esforços são dirigidos para o estabelecimento de uma utopia prática onde as pessoas são libertadas para serem e se tornarem tudo o que deveriam ser. Os reconstrucionistas incluem Theodore Brameld, George C. Counts e Paulo Freire. O conteúdo da educação reconstrucionista é centrado nos problemas sociais e o desenvolvimento de  programas corretivos cientificamente determinados para a ação coletiva. A análise crítica é feita dos defeitos sociais com o esforço de examinar os problemas a serem considerados. A identificação e a análise de problemas podem facilitar o exame corporativo de alternativas concretas. O professor é visto como educador subversivo, crítico social e organizador comunitário que busca despertar a consciência dos outros para obter as transformações necessárias. Os estudantes são agentes de mudança em potencial comprometidos e envolvidos com o redirecionamento social construtivo e sua renovação. Os ambientes para o ensino são vários e incluem a sala de aula, a pequena célula ou reunião de grupo, o centro comunitários, a rua e os campos. O recosntrucionismo tem a seu favor seu exame crítico das ordens sociais, políticas e econômicas vigentes e sua preocupação com as necessidades sociais. Os reconstrucionistas enfrentam com seriedade a responsabilidade humana no âmbito corporativo e social. Reconhecem problemas na sociedade atual e enxergam possibilidades de reforma e mudança. O educador nessa perspectiva é principalmente um instrumento para a transformação social. Conquanto reconheçam os pecados sociais, os reconstrucionistas talvez ignorem os problemas do pecado pessoal nos libertadores e nos opressores, como também nos oprimidos. Sua preocupação com a ordem social pode resultar na ignorância de responsabilidades pessoais e sua ênfase na mudança pode deixar de ver a necessidade de continuidade na vida pessoal e corporativa.

 

A continuação em breve…

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