Por Renata Santos
Realmente vivemos em outro tempo!
Estamos estudando a Antiguidade na disciplina de História, seguindo os moldes da Educação Clássica. Resolvi recomeçar tudo novamente com as crianças, e conforme eu expliquei no vídeo Educação Clássica: Disciplina de História, estamos estudando história de uma maneira mais coerente e eficaz.
É sabido que a Educação Clássica exige de seus estudantes muita leitura e escrita. Portanto, grande parte de nossas atividades abarcam essas duas habilidades, a fim de aprimorá-las cada vez mais. Porém, não nos restringimos somente a isso, mas também contemplamos os estudos com videos, filmes, passeios e vistas a museus e livrarias.
Durante o Congresso Mundial tive a oportunidade de escutar o Dr. Sugata Mitra falando sobre suas pesquisas sobre a inserção da Tecnologia na Educação. Quando digo inserção da tecnologia na educação, estou sendo bastante complacente, já que ele defende que haverá uma verdadeira substituição do modo tradicional de se fazer educação pelas mais variadas formas de tecnologia. Ele nos questiona enfaticamente: como você vai preparar o seu filho para o mercado de trabalho daqui a 30 anos, quando o mundo em que vivemos (em termos de tecnologia) não será mais o mesmo? Segundo ele, não há como compreender nossa insistência na escola tradicional, em carteiras, cadernos e canetas, já que a rápida evolução tecnológica nos proporcionará meios mais efetivos de se aprender. Não parece haver uma certa incoerência entre o hoje e o amanhã?
Confesso que a palestra me fez pensar muito. Pois aqui em casa, TV e computador são meios extremamente controlados. Damos muita ênfase a prática da leitura, artes e brincadeiras “analógicas”. Porém, é inegável que o argumento tem sentido. Talvez a inserção e a ampliação do uso de tais ferramentas estariam colaborando para a integralidade da formação educacional de meus filhos. Mitra, em uma outra palestra, sugeriu que a tecnologia deva ser usada quando há: PESQUISA, PRODUÇÃO, COMUNICAÇÃO e COLABORAÇÃO.
É… gostei desses princípios, que se tornaram uma espécie de balizadores para uso das ferramentas digitais em nosso Homeschool. A partir dessa decisão, se a atividade preencher alguns desses critérios e realizadas com moderação (no uso do tempo especialmente), pode ser feito. As crianças amaram!
Voltando a história, estudamos o Novo Império do Egito um mês atrás. Um dos meus filhos me fez a proposta de criar um vídeo para demonstrar o que aprendeu. Eu aceitei. Veja:
Eu e César ficamos chocados. Além do conteúdo ( pesquisa e assimilação), Gabriel aprendeu várias habilidades que o ajudarão no futuro: aprendeu a lidar com programa de edição de vídeo, a gravar voz e música, estruturou texto, depois o sumarizou e o adaptou a imagem. Gastou uma tarde trabalhando nesse projeto, com vários pitacos de sua equipe de produção (seus irmãos).
A partir desse momento, considerei que apenas lápis e papel não são suficientes para uma mente criativa. Embora tenham sua importância dentro de um processo global, não podemos restringir a instrução formal somente a isso. A elaboração da leitura e do texto escrito foram realizados, porém Gabriel foi muito além. Estou descobrindo potencialidades que não apareceriam se não fosse dada a oportunidade.
Outra questão a ser levantada é o tempo. As crianças educadas em casa tem tempo: tempo para serem criativos, tempo para execução de projetos, pois não estão exauridas cognitivamente e fisicamente. Estão alertas, prontas para explorar e criar e dedicar o tempo que for necessário para executar uma ideia.
Se você deseja entender um pouquinho da Educação Clássica nos tempos atuais, leia esse texto Como é Praticado o Ensino Cristão Clássico Hoje. Ele também trará boas reflexões para o seu Homeschool.
Quando eu e maycon vimos o vídeo pensamos muito do que vocês escreveram aqui … muito bom o texto ! 😀
CurtirCurtir