Socialização

 

2014-09-19 19.33.51

Por: Renata Santos

Esta é uma palavrinha bastante conhecida por aquelas famílias que optaram pela educação domiciliar. A primeira pergunta que escutamos quando explicamos o que é a educação domiciliar é: e a socialização?

Quando estava estudando sobre o assunto, pude perceber um claro entendimento de que a socialização é um quesito importantíssimo para a população brasileira. Inclusive alguns documentos jurídicos sobrepõem a socialização à própria instrução formal, acreditam?

A grande maioria dos brasileiros acham que a escola é O lugar da socialização. Grande parte das pessoas matriculam seus filhos pequenos na escola para…se socializarem. No senso comum,  a escola  se torna um dos locais mais importantes e eficientes na qual a criança aprende a compartilhar, se doar, respeitar o próximo, aprender limites. E se ela não frequenta escola, provavelmente irá desenvolver uma sociopatia grave!

Pois bem, acredito que a população vive um mito: O Mito da Socialização (parafraseando a pesquisadora  Luciane Barbosa). Vários países do mundo praticam a educação domiciliar, inclusive os EUA, há mais de 40 anos. Estudos americanos mostram que a geração educada em casa é mais ativa politicamente, mais dada ações sociais, demonstrando a eficiência da modalidade nesse quesito. Por que “cargas d’água” os brasileiros seriam os únicos do mundo que sofreriam com a chamada falta de socialização? Às vezes penso que nós brasileiros temos o complexo de Narciso. Pense bem, como nossos avós e bisavós foram educados? Se foram pessoas simples, certamente não frequentaram a escola, ou a frequentaram mais velhos, ou mesmo a frequentaram parcialmente. Se tornaram cidadãos desfuncionais, improdutivos, pessoas que não se relacionavam ? (Inclusive se o mencionamos, é porque se conheceram, se casaram, criaram filhos, e nos geraram. Precisaram  socializar muito no processo para que nós pudêssemos estar aqui!).

A socialização que a escola permite é parcial e artificial. Veja bem, a escola segrega as crianças por idade, por séries. Então esse grande grupo de iguais se divide para que tenham pequenos grupos com características afins. Esses pequenos grupos se unem ou se rivalizam dependendo do tipo de afinidade ou mesmo sem causa aparente. Aí está formado o pequenos mundo social de nossos filhos: um mundinho em que o grupo mais forte prevalece, não por seus méritos, mas sim pela sua força. A não interferência do adulto (o construtivismo  puro assim apregoa) acaba por ser a cereja do bolo, deixando esses pequenos seres pecadores entregues a si mesmos, sem lei, sem limites.

Bom, saindo do campo das reflexões e aterrissando na vida concreta, na nossa rotina, não há um dia que não saiamos de casa. Temos atividades fixas, passeios, visitas de domingo a domingo. Portanto, a intenção desta parte do blog é compartilhar com vocês um pouco da nossa socialização: a verdadeira socialização, que nasce dentro de casa a partir do momento em que se aprende  a compartilhar, a se doar, a respeitar o próximo e aprender limites.  Isso acontece primeiramente com os pais, com os irmãos, ampliando para a família estendida, para a igreja, para a vizinhança, até chegar ao próximo que não conhecemos.

Mostraremos nosso contato com outras crianças de idades variadas, com a mesma idade, com adultos, indo a locais públicos, participando de solenidades civis, visitando orfanatos e assim por diante. Espero que aproveitem, como nós mesmos temos aproveitado!

 

 

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2 comentários sobre “Socialização

  1. Olá Renata!! Estou amando as postagens!!

    Lendo este texto me lembrei de meu avô Dudu. Ele sempre nos contou que aprendeu a ler, escrever e “fazer contas” com sua irmã mais velha e que a maior parte de sua educação aconteceu em casa. Que homem inteligente (um verdadeiros self made man), criativo, respeitador(admirável), um pai amoroso e rígido e altamente relacional ele era!! Ainda me lembro de estar na casa dele e ver vizinhos (muitos vizinhos) pedindo ajuda pra arrumar o chuveiro, o encanamento, a sombrinha que quebrou, o muro que estava caindo e muuuuitas outras coisas. Ainda não tenho filhos, mas quero forjar pessoas como o meu querido avô Dudu para a glória de Deus!!

    Um grande abraço!!!

    Curtido por 1 pessoa

    • Oi Marcela, que comentário maravilhoso! Também tenho boas lembranças de minhas avós! Por falar nisso, você viu o post sobre avós de homeschoolers? Acho que se lembrará do seu querido avô! Um abraço e obrigada por compartilhar de sua história.

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